O IBDD está se colocando um novo desafio ao criar um projeto que visa enfrentar as dificuldades de inclusão no mercado de trabalho de surdos, cegos e cadeirantes, grupo que, dentre as pessoas com deficiência, sem dúvida encontra maior dificuldade para acesso ao emprego.
Pessoas com deficiência visual e cegas são o público desse primeiro momento, e o objetivo é melhorar sua empregabilidade, agindo em sua capacitação e ao mesmo tempo na conscientização das empresas privadas para aumentar os níveis de contratação.
A Lei de Cotas obriga empresas de mais de 100 funcionários a contratarem pessoas com deficiência. Como resultado, hoje há mais pessoas com deficiência em empregos formais do que há 15 anos. No entanto, para alguns grupos de pessoas com deficiência, a realidade do desemprego praticamente não mudou: surdos, cegos e cadeirantes são sempre preteridos em processos seletivos - quando conseguem ser chamados a participar - em favor do que muitas vezes se define como "deficiências leves", aquelas que quase não aparecem e não implicam em adaptação do ambiente de trabalho.
No ano de 2013, o IBDD prestou serviços a empresas privadas em várias regiões do Brasil, encaminhando mais de 360 candidatos previamente avaliados e aprovados por sua equipe técnica e só conseguiu que contratassem dois candidatos surdos, nenhum cego e nenhum cadeirante.
A falta de conhecimento e a consequente insegurança das empresas não lhes permite lidar com mais efetividade com esta questão. O IBDD pretende agir neste projeto, com a proposta inovadora de realizar um curso de aperfeiçoamento e arcar com os custos de manutenção dos três meses de treinamento nas empresas dos candidatos selecionados.
Ao todo serão 25 candidatos cegos ou deficientes visuais, com diferentes níveis e perfis profissionais, que, após cursos de informática no IBDD para dominarem as ferramentas que tornam computadores plenamente acessíveis a cegos, serão encaminhados para as empresas que tiverem interesse em participar desta experiência.
Os candidatos escolhidos terão seus três primeiros meses de treinamento e experiência na empresa patrocinados pelo IBDD. Ao final do terceiro mês, caso a empresa não tenha interesse em efetivar o candidato, ele voltará para o estágio anterior do projeto, e buscaremos uma nova oportunidade de contratação. Caso a empresa reconheça um bom potencial no candidato poderá contratá-lo.
O IBDD, assumindo o período de experiência e treinamento, e seu acompanhamento, espera poder ajudar as empresas a quebrarem as primeiras barreiras do preconceito relacionadas à contratação de pessoas com deficiência visual e cegos. A expectativa é de que ao final dos três meses - ou mesmo durante este período! - todos os alunos sejam efetivados nas empresas.
Depois o desafio continuará com o mesmo trabalho sendo feito em relação a pessoas surdas e cadeirantes.
O projeto conta com o apoio do Instituto Phi - Philantropia Inteligente.
Fonte: matéria de capa do IBDD.